Por Fabio Matuoka Mizumoto

Aprendemos muito com a participação de Tomaz Solberg, especialista em mediação, na nossa live youShare de março de 2020. Organizamos as 5 lições sobre a mediação na solução de conflitos e na prevenção de problemas para as famílias empresárias. Aproveite as citações diretas do Tomaz no entre aspas:

  • Como propor a mediação quando as partes não querem se sentar para o diálogo? “Não precisa ter diálogo, o importante é que as partes se comuniquem”. A mediação pode contribuir com uma negociação apropriada, que nem sempre precisa ser na mesma sala, para que a comunicação aconteça. Além disto, a mediação apoia um processo de entendimento em que até mesmo o tom de voz e a forma de se expressar possa ser apoiado por um profissional.
  • Como escolher o mediador apropriado? É comum que haja o mediador amador que pode ser um parente, um padre ou um amigo em família, mas o mediador profissional estabelece as bases para uma boa “comunicação, confiança e esperança no processo”. São habilidades amparadas por um processo metodológico estruturado e por anos de experiência profissional.
  • O mediador precisa conhecer o conteúdo do que está sendo tratado? “É fundamental que o mediador conheça a linguagem, mas conhecer sobre o conteúdo pode ter vantagens e desvantagens”. Por exemplo, se o assunto é negócios, é desejável que o mediador esteja familiarizado com os termos usuais. Mas conhecer do assunto exige mais do mediador que precisa se manter isento, sem tomar partido, afinal, o papel do mediador é o de facilitar o processo de entendimento e negociação. O mediador não julga nem defende direitos.
  • Onde entra a emoção? “Frequentemente se fala em separar e emoção e a razão, mas isto é muito difícil. O que acontece é que todo mundo quer ter os seus sentimentos entendidos”. É justamente quando as pessoas se sentem ouvidas que o processo de comunicação pode efetivamente acontecer. “O mesmo acontece com o passado; fala-se na necessidade de esquecer o passado. Isto é viável, é preciso entender o passado e como ele influencia nossas decisões em relação ao futuro”.
  • Como ser justo? “Existem muitas interpretações de justiça. O foco da mediação não é discutir o passado e a justiça. É discutir o futuro e uma solução satisfatória”. A mediação não é meio de ação, ou seja, não significa que a saída seja sempre o caminho do meio”. É importante reforçar que o mediador não julga e não toma partido. O papel do mediador é manter a comunicação efetiva em que as partes possam colocar seus argumentos e entender suas alternativas para a construção de uma solução conjunta”.

O processo de mediação tem muito a contribuir com as famílias empresárias assim como tem sido útil para vários outros públicos, seja para criar entendimentos comerciais entre empresas, seja para dirimir disputas em um divórcio. Já imaginou quanto vale trazer aquela conversa difícil e delicada para uma mediação? Quando esperar não é a solução, mediação!